"Luz da lua - A caçada do imortal" é o livro que você poderá degustar hoje, do escritor Diego Medeiros. Leia a entrevista que ele deu ao blog O reino de Betra e acompanhe as novidades da Bienal pelo facebook.
Capítulo I
Festa de Formatura
Juiz de Fora, Brasil, dezembro de 2047.
Milena
acordou de um breve cochilo que teve no carro durante a viagem, por causa da
luz do sitio batendo em seus olhos. Apesar de ser um trajeto curto de meia hora
de carro, entre sua casa e o local da festa, ela estava cansada o suficiente
para se entregar ao sono, caso ficasse sentada por mais de cinco minutos. Havia
feito aquele mesmo trajeto duas vezes durante o dia, desde as cinco da manhã,
quando foi até o sítio que havia alugado para dar os retoques finais na festa
de formatura da sua turma de terceiro ano do ensino médio, da Escola Estadual
Delfim Moreira, conhecido na cidade de Juiz de Fora também como Grupo Central.
Ela havia sido escalada para organizar a festa, pois fazia parte do grêmio da
turma e porque era muito bem recomendada pelos professores, por causa de sua
competência e seriedade. Também era muito popular no colégio por sua
inteligência e beleza, simples e incomum. Milena era uma mistura diferente de
raças. Seus avôs paternos eram de origem européia, enquanto os maternos tinham
descendência indígena, o que deu a Milena uma aparência peculiar. Cabelos
longos e lisos, negros como a noite mais densa, olhos verdes vivos, pele morena
avermelhada e curvas um tanto exageradas, como ancas largas e seios medianos.
Estava a bordo de um Sedan, modelo 2040, movido a hidrogênio
que seu pai dirigia, comprado há alguns anos, depois de ter se aposentado da
indústria de material bélico, onde trabalhou fabricando munições. Sebastião era
um quarentão bem apresentável, ruivo
de olhos verdes, apesar de ter uma leve calvície e uma barriga saliente. Ao seu
lado estava sentada Joana, sua segunda esposa, madrasta de Milena. Ela era
cinco anos mais jovem, tinha cabelos castanhos lisos e um corpo cheio de
grandes curvas como o de Milena, o que às vezes faziam as pessoas pensarem que
elas eram mãe e filha. Todos usavam roupa de gala, traje exigido pelo diretor
do colégio para a festa de formatura. Sebastião usava um terno de microfibra
prateado, com gravata da mesma cor, e Joana trajava um vestido vermelho longo
sem alças, com um decote que realçava bem os seios e causava ciúmes em
Sebastião.
Chegaram ao sítio pouco depois da festa
ter começado. Assim que desceu do carro, Milena foi saudada pelos seus amigos
do grêmio, os primeiros a chegarem, e por Suzana, sua melhor amiga, uma das
garotas mais bonitas da cidade, modelo de várias grifes nacionais.
-Que demora, hein, amiga? E que cara de
sono é essa? - perguntou Suzana, sorridente. Era loira, com cabelos lisos e
muito dourados, olhos castanhos com tons esverdeados, cintura fina e quadril
médio, e com seios pequenos, um pouco menores que os de Milena. Usava um
vestido rosa com alças finas e as costas abertas. Esse corpo e sua simpatia e
carisma fizeram de Suzana uma jovem modelo, famosa internacionalmente,
contratada por várias grifes e com dezenas de desfiles fora do país no
currículo. Mesmo assim, ela insistia em estudar em uma escola pública, apesar
de ser milionária.
-Não foi você quem acordou as cinco da matina para organizar essa festa, não é?
- respondeu Milena, sem muito bom humor. Ela vestia um vestido de seda verde
oliva. Tinha um corte simples, porém de estilo e que realçava o busto e o
quadril dela com uma sutil sensualidade. - Quem mais já chegou, Suzy?
-Ah, só eu, meus pais, meu irmão e
minha avó. - Os pais de Suzy eram meio ausentes, e a maior parte de sua
infância ela foi criada pela avó materna. - e o seu pessoal, tipo o Gui,
Rodrigo, Drica, Ramon... Mas já liguei pra Ju, pra Lidy e pro Michel, eles já
estão a caminho, fora muita gente também, não é?
-Tudo bem, ainda são oito da noite...
Vou levar meu pai e a Joana pra mesa deles e já vou com você. - parou no meio
do caminho – Ah, e o professor Medeiros?
-Ainda não. Nem professor ou
funcionário nenhum.
-Hum, certo. - disse Milena meio
desanimada. Estava ansiosa para ver o professor Medeiros, professor de história
e o favorito dela e de todo o colégio, que havia marcado presença certa na
festa, mesmo estando afastado do colégio desde o meio do ano, por motivos
pessoais, segundo a direção.
Por volta das onze da noite, a festa já
estava bem animada. Jonathan, o professor de biologia, já estava bêbado e dava
cantadas descaradas na bela professora de português, Rafaela. A granja estava enfeitada
com dezenas de mesas dispostas em círculo em volta da pista de dança, as mesas
e cadeiras cobertas por panos brancos, enfeitadas com tulipas e buquês de rosas
brancas. Um DJ foi contratado para
deixar um som mecânico rolando, fazendo mixes de algumas músicas conhecidas.
Garçons de fraque branco e gravata borboleta preta andavam entre as mesas
carregando bandejas com garrafas de cerveja, jarras com suco, vinho e taças.
Milena foi chamada pra dançar diversas vezes por vários garotos, e alguns até
passaram cantadas imbecis, mas nenhum foi mais insistente que Michel.
Considerado pela maioria das garotas como o mais bonito do colégio, o fato de
ser ignorado por Milena o deixava com mais vontade de conquistá-la a todo
custo. Michel era moreno, a pele quase no mesmo tom que o de Milena, e possuía
o cabelo curto e liso em uma franja, os olhos escuros e a barba por fazer. Era
alto e esguio, mas tinha uma elegância e carisma que conquistava qualquer
garota, menos Milena. E ela estava cada vez mais indiferente.
-Ansiosa pelo vestibular? – perguntou
ele, com uma taça de cerveja na mão e a outra levemente nas costas de Milena,
conduzindo-a para longe da área principal da festa.
-Mais ou menos. – respondeu ela.
-Fez inscrição para que área?
-História. – respondeu ela, tomando um
gole de vinho.
-Ah, história? – o tom de voz dele
mudou. – E o que pretende fazer? Dar aulas?
-E qual seria o problema? – esse não
era o interesse dela, Milena pretendia trabalhar como historiadora e se
especializar em antropologia e paleontologia.
-Nenhum, só que...
-É um curso comum? De gente comum, que
não curte farras e festas?
-Bom... – ele estava sem graça. – Eu
nunca ouvi falar de uma calourada da
história, mas...
-Quem disse que eu estou indo para a
Universidade atrás de festas e calouradas?
– ela cruzou os braços e ergueu a sobrancelha. - E você, aliás, vai fazer que
curso?
-Educação Física! – respondeu ele,
empinado como um pavão.
Típico
-Me deixa adivinhar... Você vai se
formar e trabalhar em uma academia e como personal
trainer, até ter dinheiro suficiente
para montar a sua própria. – Michel era do tipo que seria personal trainer de
alguma mulher mais velha e rica, e do tipo que faria até alguns favores sexuais
para ela.
-Na verdade, meu pai vai me dar o
dinheiro para montar a academia, assim que eu me formar.
-Ah, claro, ele já te deu um carro esportivo
modelo 2048 por se formar no ensino médio.
-Milena, - ele tomou o último gole de
cerveja e colocou o copo em cima da cerca. – por que eu tenho a impressão que
você me odeia?
Eu
não te odeio. Milena teve vontade de responder. Só acho você um garoto convencido, prepotente, machista e narcisista,
que trata as mulheres como objeto descartável.
-Impressão
sua, gatinho. – ela disse, com um sorriso forçado.
-Eu acho estranho, você é muito
resistente aos meus... A minha...
Se
ele disse beleza, eu juro que jogo esse resto de vinho na cara dele.
-Por que você olha tanto pro relógio?
Está esperando alguém? - perguntou ele, aproximando seu rosto do dela.
-Hã? Que? Não... Ninguém... Olha, vou
pegar mais uma cerveja para você, ok?
-Espera, eu queria saber se v... - e
parou no meio da fala.
Demorou meio segundo para Milena
entender o que aconteceu. De repente as luzes se apagaram. Todas! E não foram
só as luzes da festa. Aquela era uma noite de lua cheia, em pleno início de
dezembro, próximo ao verão. O céu estava tão limpo e estrelado que talvez nem
precisasse de iluminação artificial na festa. Mas ficou tudo escuro. Como se
num piscar de olhos, nuvens carregadas tivessem bloqueado todo o céu. E não foi
só isso. Um silêncio pesado caiu no ar, e Milena se sentiu mal, como se a
pressão atmosférica tivesse aumentado sensivelmente.
-Mas que p... - um grito, feminino,
alto, rasgou o ar, e um clarão, como de um raio, fez Milena ver, atrás de
Michel, sangue jorrando e Aline, sua colega de classe, sendo erguida e
despedaçada no ar.
Instintivamente,
Milena correu para a mesa onde seu pai e Joana estavam sentados. Mesmo na
escuridão e no caos que havia se instalado na granja, um sexto sentido a guiava
até as pessoas que ela mais apreciava no mundo, as pessoas com quem ela mais se
importava e queria proteger. Se eles morressem, a culpa seria sua, inteiramente
sua.
*
Na sexta-feira à noite, Milena estava
tranqüila no seu quarto, lendo um livro de romance adolescente que havia baixado na internet, quando seu pai
bateu na porta. Ela achou estranho, seu pai quase nunca batia na porta do
quarto para chamá-la, ele nem a incomodava quando ela entrava nele, somente
para atender ao telefone. Sebastião era um bom pai, apesar de ser meio ausente,
principalmente por se sentir mal em ter que conversar com a filha adolescente,
sobre sexo, drogas e outras coisas. Ele esperava que Joana, por ser mulher, a
ensinasse, ou que ele tivesse sorte e Milena tivesse bom senso em descobrir
sozinha o certo e o errado. Joana era uma boa amiga, mas Milena tinha muito bom
senso, para o alívio do pai.
-Filha? Posso conversar com você um
minutinho? – perguntou ele, com a voz meio preocupada, meio sem graça.
-Claro, pai.
-Então... – começou ele, sentando na
borda da cama. – É amanhã a tal festa na granja no bairro Náutico, não é?
-É, pai, minha festa de formatura, o
senhor não esqueceu...
-Não, não, o problema não é esse...
Olha, eu... – e respirou fundo. – Eu acho melhor você cancelar essa festa de
formatura, sabe.
Uma garota de dezessete anos idade e do
círculo social de Milena, normalmente, faria uma cena nessas horas, mas ela já
imaginava a preocupação do pai, que era menos super protetor do que ela
pensava. Então perguntou com toda a educação e interesse.
-Por que, pai?
-É bem que... Não sei, essas festas...
Andam muito perigosas, pode ir gente que você não conhece direito, mesmo você
tendo ajudado a organizar, sabe, você não sabe dos convidados dos seus
amigos...
-Não é essa sua preocupação, Seu Bastião! Diga a verdade. – isso o
pegou de surpresa. Ele pensou bem, inspirou fundo e respondeu.
-É, tudo bem, não é essa! É aquela
notícia que tem dado no jornal todos os dias. Sobre a gangue do massacre!
Cerca um mês antes da formatura, haviam
começado as ações estranhas de uma gangue, que teve repercussão nacional. Em
uma favela do Complexo da Penha, na cidade do Rio de Janeiro, um grupo de
trinta pessoas, entre dezesseis e trinta anos, estava se divertindo em um churrasco
de sábado à noite na casa de um traficante local, mas foram mortos de maneira
misteriosa. A polícia, exército e bombeiros encontraram todo o local foi
incendiado e os corpos, carbonizados. Crimes assim, ainda mais em favelas, os
moradores costumavam sempre permanecer em silêncio, com medo de represálias.
Mesmo assim o incêndio se alastrou e quase fez mais vítimas além daquelas que
estavam na casa.
Uma semana depois, um caso parecido,
dessa vez em Duque de Caxias, na baixada fluminense. Também uma festa, com
quinze pessoas, a faixa etária variando também entre dezesseis e trinta anos.
Mas dessa vez era um aniversário infantil, do filho do pastor de uma igreja
local. Todos os presentes na casa foram mortos, e o local incendiado,
impossibilitando de novo a polícia de avaliar a causa da morte, devido aos
corpos carbonizados. Porém, dois dias depois, um homem que não quis se
identificar serviu como testemunha, e disse que viu uma gangue de homens e
mulheres vestidos de preto correndo do local e sumindo na escuridão da rua. Ele
não conseguiu identificar ninguém, mas não pareciam ser moradores dali. No dia
seguinte o sujeito foi dado como desaparecido.
A partir desse caso, a polícia e o
exército começaram a investigar de maneira diferente esse e o primeiro ataque,
diziam os jornais. Começaram a especular que se tratava de uma gangue que nada
tinha a ver com o tráfico de drogas, ou talvez pudesse ter, mas não nas
proporções normais. Mas o caso só ficou mais sério e ganhou repercussão
internacional seis dias atrás, com o terceiro ataque. Desta vez foi em uma
novena católica, na cidade de Teresópolis. Morreram doze pessoas, de crianças a
idosos. Esse ataque em Teresópolis, Milena tinha certeza, foi feito pelo mesmo
bando. O que mais a preocupou, tanto ela quanto seu pai, na hora em que viram a
notícia, foi que, se a gangue estivesse seguindo uma rota, logo estariam
passando por Juiz de Fora. Duque de Caxias e Teresópolis eram duas cidades que
ligavam o Rio de Janeiro a aquela cidade.
-O senhor também acha que o próximo
local em que eles vão atacar é Juiz de Fora?
-Tenho quase certeza.
-Sério? Por quê?
-Ah... Nada, é só maneira de falar. – e
fez uma cara como se arrependesse do que disse.
-Está sabendo de alguma coisa, pai? –
perguntou, fingindo desconfiança.
-Ora essa, claro que não! Do que eu
poderia saber?
-Então é só neura de pai mesmo? Pensei
que fosse mãe que tivesse um sexto sentido.
-A Joana também está preocupada, mas
não quer te desagradar. É por isso que eu vim falar com você.
-Eu gosto muito da Joana, mais do que
como uma amiga, e entendo a preocupação de vocês dois. Mas posso dizer que é
besteira, não vai acontecer nada. – a expressão dele não mudou. – Pai, é sério,
é só uma festa! E não vai passar da meia noite, na verdade, por ter tanto menor
de idade lá, do primeiro e do segundo ano. Fica tranqüilo, ok? Sua filha sabe
se cuidar, e eu não quero que o senhor ou a Joana faltem.
Por um momento, Sebastião ficou ainda
com o olhar de quem ia protestar, mas depois se deu por vencido, deu um beijo
na testa da filha e foi dormir.
*
Se eles morrerem, será minha culpa,
eles não queriam vir a essa festa, pensava ela, com um desespero crescente.
Uma
chuva torrencial, com raios e trovões, começou a cair. Milena chegou à mesa e
se desesperou. Um clarão revelou que ela estava vazia. E com manchas grossas de
sangue espalhadas pela toalha branca e pelas flores que a revestiam. Ela gritou
pelo pai a plenos pulmões, mas em meio aquela gritaria e tiros das armas dos
seguranças, seria impossível ela ser ouvida. De repente, ela sentiu a dor. Um
golpe nas costas a lançou para frente. Ela caiu com o rosto no chão de terra
batida entre a piscina e a casa principal do sítio. Atordoada, tentou se virar
e encarar seu agressor, mais foi erguida pelo pescoço por mãos fortes e grossas
e lançada para dentro da casa, atravessando a janela de madeira e batendo de
costas na mesa de centro, estilhaçando o vidro. Milena urrou de dor e se
contorceu, sentindo os cacos entrando em sua lombar. Um vulto indistinto pulou
pelo buraco na janela que seu corpo havia formado e parou na frente dela. Sua
visão estava embaçada, mas ela pode ver que ele era alto. Ao seu lado, uma
silhueta menor se aproximou.
-Já pode limpar o céu, Flora. - disse o
vulto maior, com uma voz grave e rouca.
-Claro, Marconi! – e
instantes depois, o céu clareou, e pela luz da lua, Milena pode ver quem havia
entrado. O primeiro era um homem alto. Era negro, apesar de sua pele parecer
estar muito pálida, estava sem camisa, usando apenas um boné e uma calça preta
e larga, e calçava um coturno. Tinha algumas tatuagens pelo tronco musculoso e piercings no mamilo. Também tinha olhos
vermelhos, intensos e cheios de crueldade, que fez Milena se apavorar. A
mulher, Flora, era morena mais clara, mas igualmente pálida. Era a mais baixa,
embora usasse um salto agulha, uma calça de vinil preto brilhante e um corpete
que apertava os seios enormes. Tinha o cabelo preto e encaracolado. E Marconi,
que era quem havia atacado Milena, era magro e de estatura média, nariz
aquilino e cabelo preto amarrado em um rabo de cavalo. Usava um paletó e uma
calça preta apenas, o peito magro e pálido aberto, os olhos escarlates como dos
outros dois. Mas além dos olhos, o que mais apavorou Milena era que, nas mãos,
tronco e boca dos três, havia manchas de sangue. Fresco, sangue de seus amigos,
todos mortos lá fora, naquele instante...
Quem eram esses três, afinal?
- Por que você não participou do lanche
que fizemos lá fora, Marconi? – perguntou o negro.
- Eu mordi alguns
pescoços, mas aí eu vi essa gracinha aí no chão correndo pra cá, e não resisti.
Olha só, veja se não é uma delícia, Olavo?
- Sim, com certeza. As morenas têm o
sangue mais quente.
- Ora, é só uma humana –
disse finalmente a mulher o grupo. – Vamos logo acabar com isso, antes que a
polícia dê as caras por aqui.
- Verdade. Mas não fique
triste, vamos fazer uma festinha depois que acabarmos com essa garotinha. –
disse Olavo, sorrindo. E então Milena viu, seus dentes caninos enormes, afiados
e sujos de sangue. A dor e a pancada na cabeça só podiam estar a fazendo ter
alucinações, aquilo não podia ser o que ela imaginava que era.
-Então vamos acabar com essa vadia rápido!
Quem dá a primeira mordida? Quer fazer as honras, Marconi?
-Ah, eu não sou egoísta.
Vamos morder os três ao mesmo tempo, cada um em uma parte do corpo. Eu gostei
das coxas dela. Aquele pedaço perto da virilha é uma maravilha de macio!
-Eu fico com os seios! Aposto que ela vai
até gostar. – disse Olavo
-Eu mordo o pescoço mesmo! – disse Flora.
Os três se ajoelharam ao redor de Milena,
e ela se desesperou, mas nem podia falar, de tanta dor e fraqueza. A morte
batia na porta dela, uma morte estranha, brutal, apavorante. Mal conseguia
pensar, apenas usava seus últimos segundos de vida para rezar por seus pais e
seus amigos, torcendo para que tivessem sobrevivido.
Na primeira mordida, aconteceu! Tudo ficou
vermelho, a adrenalina foi ao auge, sentiu seu corpo se rasgando, o ódio e a
selvageria tomando conta de cada célula de seu corpo, e ela não viu mais nada.
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