Estamos chegando a reta final da Bienal Online, no oitavo dia você pode ler o primeiro capítulo do romance "O despertar da paixão", de Diéssica Nunes Sales.
CAPÍTULO
1
Nicole
Rodrigues era estudante de psicologia e escritora. Residia na cidade de Juiz de
Fora e tinha 18 anos.
Sempre
fora sonhadora. Desde pequena sonhava em ser uma escritora reconhecida. E não
ficava apenas no sonho. Ela havia escrito vários contos e pensamentos, além de
um livro.
Gostava
ler. Seu primeiro livro foi O Pequeno Príncipe. Logo que leu, surpreendeu seus
pais, pedindo mais um livro de presente. Ganhou uma versão para crianças de
Sonho de Uma Noite de Verão. Após lê-lo, pediu mais outro livro a seus pais.
Aos
dez anos escreveu seu primeiro pensamento. Tímida, não mostrou para ninguém.
Com o passar dos anos, acumulou pensamentos, poeminhas e contos. Porém, com
quase quinze anos resolveu escrever seu primeiro romance.
Desmotivada
com a falta de oportunidades para escritores brasileiros, Nicole abandonou
temporariamente seu projeto; porém, sonhadora e lutadora como era, jamais
deixaria um sonho morrer.
Amante
de todo o tipo de arte, além de escrever, desenhava como ninguém, pintava
quadros a óleo e ainda tocava violão. Além de todos estes dons, tinha outro que
nunca pensara em utilizar profissionalmente: a sua belíssima voz.
Durante
um tempo, fez parte de um grupo de teatro amador com mais quatro amigos.
Ensaiavam trechos de novelas, peças ou filmes todos os sábados em seu
apartamento. Com tanto amor à arte, envolveu-se com o mundo do teatro e da
música. Passou a ir para o Rio de Janeiro todos os finais de semana para ver
uma peça ou visitar os amigos que fizera.
Com
essas viagens, conheceu muita gente, e uma dessas pessoas é a querida e
talentosa atriz Ana Roumec.
Nicole
e Ana se conheciam havia um ano. Apesar da distância, se comunicavam quase
diariamente através de sms ou uma rede social.
Apesar
de amar tanto a arte, também amava a ciência. E essa é a razão para que não
estivesse em uma faculdade relacionada à arte. Nicole estava no 2º período de
Psicologia. Até seus 17 anos, não sabia o que queria fazer. Pensava em Letras,
já amava escrever. Mas sentia que ainda não era o que ela queria. Até que
então, faltando pouco tempo para a inscrição no vestibular pensou em
Psicologia.
Uma
amiga, recém-formada no curso, foi uma das influências para que ela o
escolhesse.
Após
ler um pouco sobre Psicologia e conversar com sua amiga, Nicole se interessou
mais pelo tema de grande abrangência. Têm-se da ciência mais pura que é a
Neuropsicologia até a psicologia transcendental, aquela que estuda o espírito
humano, e que nem é aceita pelo Conselho Federal de Psicologia.
Apesar
de estar gostando demasiadamente do curso, ela não tinha ideia de que área
seguir. Gostava um pouco de tudo: da neurociência, da psicologia comportamental
e de algumas linhas psicanalíticas.
Ela
era grande fã de um cantor chamado Fred Muniz. Seu maior sonho era conhecê-lo.
Tinha, inclusive, um fã clube no twitter chamado @Fred_MeuTudo. Também era
viciada em filmes e seriados.
Vitor
Amaral era ator. Tinha 22 anos e residia no Rio de Janeiro. Trabalhava numa das
maiores redes de televisão do país, e era o astro da última novela produzida
por esta.
Lindo,
gostoso, cheiroso, carismático, pegador eram alguns de seus adjetivos.
Conhecido pelas fãs como “tchutchuco tudo de bom”, inicialmente, adorou todos
os apelidos e assédios.
Era
alto, moreno, tinha olhos castanhos, corpo malhado e espetacular.
Apesar
do seu jeito popstar, Vitor fazia o que amava e não porque era bem pago e tinha
todas as garotas aos seus pés.
Sempre
amou o teatro e a música.
Aos
doze anos, conseguiu convencer sua mãe de pô-lo em uma aula de teatro. Três
anos depois também começou a cantar. Com isso, começou a fazer alguns shows com
sua amiga Karina e seu amigo Gustavo.
Deixou
o grupo de teatro aos dezoito anos, ficando então apenas nos palcos das casas
de shows e bares do Rio de Janeiro. Até que aos vinte e um anos, a emissora que
ele trabalhava o procurou após ver alguns vídeos dele na internet.
Vitor
tinha vários videobooks num site de hospedagem de vídeos, com monólogos,
diálogos e cenas das várias peças que apresentou ao longo dos anos.
Ao
ser procurado pela emissora, aceitou de prontidão o papel principal na nova
novela, deixando assim, os palcos.
Apesar
de estar havia quase um ano longe dos palcos, nunca deixou de cantar e tocar.
Quando não estava gravando, reunia-se na casa de seus amigos para fazer música.
Compôs várias, porém nunca gravou nenhuma delas.
Nunca
pensou em fazer nenhum curso de graduação, apesar de sua mãe, sempre dizer-lhe
o quanto seria importante qualquer tipo de curso, inclusive na área artística,
já que ele não pensava em sair da arte por nada, nem por falta de dinheiro.
Porém, apesar de amar e respeitar muitíssimo a mãe, nunca lhe dera ouvidos,
pelo menos não quanto a isso.
Um
dos sonhos de Vitor era ver a arte se tornar mais valorizada no mundo. Ver as
pessoas parassem de estigmatizá-la e marginalizá-la.
Sentia-se
mal ao saber que as pessoas não a valorizam, e que pensavam que quem fazia arte
não passava de um desocupado, vagabundo e drogado.
Não
ligava para o que a pessoas pensavam dele, mas sim da arte. As pessoas não
sabiam o que estavam perdendo, ele pensava. Afinal, a arte poderia ser tão mais
do que uma simples cena ou uma simples música. “A arte transcende nossos
seres”, ele dizia.
Vitor: pegador, "tchutchuco tudo de bom", gostoso cheiroso... acabei de idealizá-lo na minha cabeça.
ResponderExcluirAnsiosa para lê-lo!!!
Sucesso, Diéssica!